Les petites villes et la cohésion territoriale dans l'Europe du sud et dans l'espace atlantique : analyse comparée de longue durée.

As pequenas cidades e a coesão territorial na Europa do sul e no espaço atlântico: análise comparada de longa duração.


C’est un lieu commun au sein de la communauté scientifique d'affirmer qu’une recherche comparative à large échelle sur les petites villes est vouée à un succès relatif – voire à l’échec –, du fait de l’impossibilité d’une définition consensuelle de l’objet d’étude (cf. ci-après Historiographie de la question).
Malgré cela, nous nous hasardons à soumettre un projet sur ce thème, visant à établir des parallèles sur un vaste horizon chronologique et territorial, tout en portant évidemment l’analyse sur des points d’observation sélectionnés.

Ce pari à contre-courant s’appuie sur une prémisse : nous considérons que l’étude des « petites villes » n’a pas à se fonder sur une définition préalable qui précède la recherche, mais plutôt partir de la conjugaison de catégories d’indicateurs de centralité qui soient comparables en différents lieux et époques.

L’adoption de ce principe transfère à la méthodologie à utiliser le garant de la cohérence et l’hypothèse de la comparabilité, en éliminant la tyrannie des critères de l’étendue physique et du poids démographique d’une unité urbaine. Bien sûr, ces facteurs sont encore en vigueur, même nuancés, étant donné que sont exclues d’emblée les grandes villes, ou considérées comme telles à leur époque et dans leur espace.

Ce sera donc par l’identification de la portée des flux d’attraction déclinés en grande catégories (politique, économie, religion, culture, entre autres) que la centralité va se révéler. Et, à partir de ces liens, il sera possible d’appréhender une cohésion territoriale avant la lettre, tant par la mise en œuvre d’une stratégie politique de construction du territoire, que par des initiatives communautaires plus informelles.

S’agissant d’un projet exploratoire, ce n’est pas l’approche exhaustive d’un territoire donné qui est visée, mais la multiplicité chronologique et spatiale de points d’observation. C’est ainsi que sont analysées des unités urbaines situées au Portugal, en Espagne, en France et dans les territoires américains qui furent des colonies de ces pays à l’époque moderne, comme le Brésil, les Antilles, la Colombie ou l’Argentine. La constitution d’une équipe pluridisciplinaire, composée d’historiens et historiens de l'Art, spécialistes de la période islamique à nos jours, d’architectes, urbanistes et de géographes est un atout pour la faisabilité du projet.

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É um lugar-comum, entre a comunidade científica, defender que uma investigação comparativa de larga escala sobre as pequenas cidades está votada a um êxito relativo - quando não ao fracasso - por impossibilidade de uma definição consensual do objeto de estudo (cf.infra Historiografia da questão). Apesar disso, abalançamo-nos a submeter uma proposta sobre este tema, visando estabelecer paralelos num horizonte cronológico e territorial extenso, ainda que, obviamente, concretizando a análise em pontos de observação selecionados.

Esta aposta em contra corrente sustenta-se na seguinte premissa: a abordagem das «pequenas cidades» não tem de basear-se numa definição prévia que anteceda a pesquisa, antes deve partir da conjugação de categorias de indicadores de centralidade que, em diferentes lugares e tempos, sejam comparáveis.

A adoção deste princípio transfere para a metodologia a utilizar o garante da coerência e a hipótese da comparabilidade, eliminando a tirania dos critérios da extensão física e do peso demográfico de um núcleo urbano. Claro que tais fatores, ainda que matizados, continuam vigentes, dado serem excluídas, à partida, as cidades consideradas grandes, à luz da sua época e inserção geopolítica (casos de Lisboa ou Madrid, por exemplo).

Será assim pela identificação do alcance de fluxos de atração integrados em grandes categorias (como a política, economia, religião e cultura entre outras) que a centralidade se irá revelar. E, a partir desses vínculos, poderá apreender-se uma coesão territorial avant la lettre, tanto pela implementação de uma estratégia política de construção do território, quanto por iniciativas comunitárias mais informais.

Tratando-se de um projeto exploratório, não se procura a abordagem exaustiva de um território definido mas a multiplicidade cronológica e espacial de pontos de observação. Assim, analisam-se núcleos urbanos situados em Portugal, Espanha, França e em territórios americanos que, durante a Época Moderna, foram colónias destes países, como o Brasil, Antilhas, Colômbia, Argentina. A constituição de uma equipa multidisciplinar, integrada por historiadores e historiadores de arte - desde especialistas sobre o período islâmico à época contemporânea – bem como por arquitetos, urbanistas e geógrafos corresponde a uma garantia epistemológica e metodológica de exequibilidade do projeto.